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Fique Por Dentro - Fórmula 1.6: A categoria escola do automobilismo gaúcho!

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Não é a Fórmula Indy, mas com certeza é a fórmula da emoção nos autódromos dos pampas gaúchos. A categoria que agrega a experiência dos veteranos e a ousadia dos novatos.

Os mais desavisados podem pensar que a Fórmula 1.6 é uma nova categoria de monopostos criada a pouco mais de cinco anos, mas este é um ledo engano, pois a categoria já figura na ala dos quarentões. É isso aí mesmo, lá se vão quarenta anos desde a sua primeira acelerada.

A categoria tem sua origem no saudoso Campeonato Brasileiro de Fórmula Ford, nos anos setenta e não demorou muito para serem realizadas em conjunto provas dos Campeonatos Brasileiro e Gaúcho. Eram anos de ouro, em quais a própria Ford dava apoio no fornecimento de peças e motores. Porém, como nem tudo são flores (principalmente no automobilismo brasileiro), no ano de 1995 desligaram-se os motores da Formula Ford por estas querências, tendo o mesmo fim o campeonato brasileiro, com o encerramento do patrocínio dos certames pela montadora.

Sou brasileiro e não desisto nunca! Já ouviram esta frase? Pois bem, muito antes do nosso ex-presidente relançar estas palavras “proféticas”, por estes pagos já tinha uma turma de obstinados que encasquetaram que a brincadeira não podia parar. Ao contrário, no mesmo ano da extinção do campeonato brasileiro os gaudérios – pilotos, mecânicos e preparadores – já estavam se reunindo em oficinas de Porto Alegre para planejar a “resistência” e a volta dos roncos dos motores, agora com a rebatizada Fórmula 1.6 Gaúcha. A peleia não foi uma Revolução Farroupilha – a histórica guerra regional, de caráter republicano, contra o então Governo Imperial do Brasil, na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense -, mas teve como heróis farroupilhas nomes como Dante Moretti, Irineu Camargo e Flávio Merkasaraits e serviu para a gauchada manter o pé no fundo do acelerador nos monopostos.

Quando a turma aí de cima resolveu colocar em prática a reativação da categoria a grande procura surpreendeu até os mais otimistas. Apesar de os bólidos ainda estarem equipados com os motores CHT carburados, outros “atrativos” foram adotados e para diminuir os custos passaram a ser utilizados pneus radiais. A soma de fatores, como a persistência dos organizadores e a diminuição de custos de participação, deu como resultado grids cheios nos três anos seguintes – 1997, 1998 e 1999 –, com até trinta e sete carros alinhados e acelerando forte nos asfaltos destes pagos.

Na década de dois mil a categoria sofreu mais um revés e ao contrário do que os mais pessimistas pensavam, foi época de rever conceitos, voltar o uso dos pneus slicks e pensar na evolução dos motores, para o formato que está sendo utilizado até hoje. À saber: a categoria está “calçando” pneus Pirelli P Zero - sendo que em 2011 os compostos estão divididos em S11 macio e S09 duro - e os bólidos são empurrados pelos motores Volkswagen AP 1.6 Mi, com caixa Ford. Todos são rigorosamente iguais, tanto na classe A, quanto na classe Light.

Os carros da categoria são históricos, segundo um dos seus principais articulador, organizador e piloto – Michel Duarte: “A Fórmula 1.6 está a mais de 15 anos em atividade e nos dias de hoje é a legítima continuação do campeonato brasileiro de Fórmula Ford e Fórmula 2 Sudam dos anos 80, e todos estes carros foram, em algum momento, pilotados pelos melhores pilotos do Brasil, muitos com destaque no automobilismo nacional e internacional, como Rubens Barrichello, Cristiano da Matta, Christian Fittipaldi, Gil de Ferran, Vitor Meira, Juliano Moro entre outros”, esclarece Duarte, deixando claro que alguns destes monopostos “históricos” ainda estão em atividade na temporada 2011.

Os chassis utilizados na atual temporada são da Fórmula Ford - os Techspeed e Reynard JQ - e os da Fórmula 2 Sudam - os Berta, Minelli MR e Minelli M12 -, sendo estes adaptados para as características da Fórmula Ford.

A Fórmula 1.6 foi à categoria que mais cresceu, em termos de grid, do ano de 2010 para 2011. No ano passado alinhavam uma média de dez carros por prova e na segunda etapa desta temporada, que ocorreu no Autódromo Internacional de Guaporé – na Serra Gaúcha – estavam inscritos e alinhados dezessete carros no grid.  E a tendência é que este número aumente, segundo os organizadores da categoria e pela informação de vinte e oito pilotos, conforme divulga o site oficial (clique aqui para visitar).

Por falar em pilotos, não podemos deixar de mencionar a participação do trio Fernando Stédille, Joacir Stédille e Cally Crestani, que são os veteranos da turma, acelerando desde o ano de 1997, bem como do “caçula” do grid, não só na idade como em tempo de participação na categoria, que é o kartista Yukio Duzanowski, catarinense de Joinville, com 16 anos.

Assim como o “barriga-verde” Duzanowski, existem mais pilotos “estrangeiros” que procuraram a categoria e estão acelerando fundo nela, como o carioca Gustavo Camilo dos Santos. O interesse de pilotos de outros estados e, também, da Argentina e Uruguai é fruto do trabalho de divulgação do site oficial – www.formulars.com.br – e, também, pelo site de demonstração em espanhol, com mais de dois mil acessos por mês, divulgando a Fórmula 1.6 nos países do Cone Sul.

Os pilotos interessados em fazer parte da família da Fórmula 1.6 podem acessar o site oficial da categoria, pois lá terão informações desde como fazer locação do carro por etapa ou temporada, compra de peças e componentes, bem como “dicas” para poder acelerar com toda a segurança em carros que passam dos 200 km/h. E por falar em sentar a bota, no dia 12 de junho estará ocorrendo a terceira etapa do certame, no Autódromo Internacional de Tarumã, o circuito mais veloz e desafiador do Brasil.

Gostaria de participar, mas a terceira etapa está muito próxima? Sem problemas, dê uma olha no calendário abaixo:
4ª etapa: 10 de julho em Santa Cruz do Sul
5ª etapa: 06 de agosto no Velopark
6ª etapa: “a definir” em setembro no Velopark
7ª etapa: 16 de outubro em Guaporé
8ª etapa: 13 de novembro em Tarumã

 

Não podemos encerrar esta matéria sem agradecer aos obstinados que estão fazendo a Fórmula 1.6 ter o glamour de outrora, os peleadores Michel Duarte e Carlos Giacomello, bem como as Lojas Benoit, a patrocinadora oficial da categoria, valorizando o automobilismo regional gaúcho.

 

Nos encontramos no dia dos namorados, na terceira etapa. E vamos que vamos!


Fernando Nunes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Última atualização ( Qui, 07 de Maio de 2015 22:45 )  

Comentários 

 
#2 14/06/2011 09:39
E isso ai galera tamos la ,agora e so mandar ver ,
Michel reportagem magnifica ,PlanetCar parabens e obrigado pela publicaçao
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#1 10/06/2011 12:56
Em 13 de abril comentei sobre a falta da Fórmula 1.6 numa reportagem sobre o automobilismo gaúcho. Obrigado pelo espaço. A Fórmula 1.6 agradeçe a divulgação.
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